TEIXEIRA, Jorge Gabriel de Cerqueira. Enxerto Omental Livre sem
Anastomose na Cicatrização de Feridas em Gatos (Felis catus) 2018, 38p.
Qualificação (Mestrado em Medicina Veterinária). Instituto de Veterinária,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2018.
São conhecidas as propriedades do omento no auxílio ao reparo tecidual. Sabendo-se que a
cicatrização de pele é mais lenta em gatos e que é escasso o número de estudos na utilização
do omento em sua forma livre sem anastomose vascular, o presente trabalho tem como
objetivo avaliar o comportamento de enxerto de omento livre sem anastomose implantado no
espaço subcutâneo. Foram utilizadas 20 gatas inteiras, de idade entre um e sete anos,
provenientes do Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro foram distribuídas em dois grupos
(n=10/grupo), diferindo quanto à utilização do enxerto de omento livre. No GRUPO
TRATADO (GT) foi aplicado um fragmento omental sob a ferida cirúrgica experimental e no
GRUPO CONTROLE (GC) o procedimento de síntese da ferida experimental ocorreu sem
inclusão do fragmento. Todos os animais foram avaliados previamente e selecionou-se os sem
alterações em exames de sangue e FIV/FeLV negativos. As cirurgias foram executadas no
Centro Cirúrgico de Pesquisa e Extensão (CCPE) do Instituto de Veterinária da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro. Previamente à realização ou não do implante omental foi
realizada a cirurgia de ovariossalpingohisterectomia (OSH) em todos os animais. Ao final da
realização da OSH e anteriormente à celiorrafia, nos animais do GT um fragmento do grande
omento era retirado e armazenado em solução estéril de Ringer Lactato. Produziu-se outra
incisão, de aproximadamente 2cm, localizada 1cm cranial à incisão para OSH, sendo
considerada ferida experimental. Esta incisão era realizada até o subcutâneo, preservando a
fáscia muscular, em seguida, o tecido subcutâneo era tracionado em cada lado da incisão. No
GT, uma porção do omento medindo aproximadamente 2,0cm x 1,0cm era implantado na
ferida cirúrgica experimental e no GC o procedimento de síntese foi executado da forma
rotineira, sem implante. As feridas foram observadas nos dias 1, 2, 4, 8 e 15 do pós-operatório
e semanalmente, até nenhuma alteração ser observada. Foram realizadas avaliações da ferida
experimental quanto à coloração, consistência, presença de crosta, resistência da ferida e
medidas do volume apresentado no GT. Nos resultados destacou-se a ativação do omento no
quarto dia de avaliação, observada pelo aumento de volume, com redução de hemorragia e
aumento na resistência da ferida experimental à tração. Concluiu-se que o omento em sua
forma livre sem anastomose é capaz de manter sua viabilidade quando aplicado no subcutâneo
de gatas e de exercer influência positiva sobre o processo de reparo, sem sinais deletérios do
enxerto sobre a região implantada.
Palavras-chave: omento, felinos, reparo tecidual